terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Fechando a conta de 2010


Teoricamente o final de dezembro é apenas mais um final de mês como todos os outros; na prática, todo mundo vê este final de mês de uma forma diferente: além de terminar o mês, termina o ano.

Quando chega esta época, vêm na nossa cabeça tudo que aconteceu ao longo dos meses... fazemos um levantamento das perdas e ganhos; uma espécie de "contabilidade" dos acontecimentos do ano.
Tivemos lucro? Terminamos no prejuízo? Vai depender das respostas a estas perguntas a postura que cada um terá no reveillon: uns vão brindar pra comemorar as coisas boas que aconteceram em 2010, outros vão beber pra esquecer o que não foi bom neste ano.


Coisas boas, coisas ruins; altos e baixos sempre vão existir: faz parte da vida... 

Nos últimos dias eu tenho pensado no meu ano e acho que estou saindo no lucro: nenhuma morte nem doença grave entre as pessoas que eu gosto, trabalhei bastante (e bem), mantive meu emprego, muitos encontros agradáveis com amigos, bom relacionamento com a família, vários momentos felizes...


É claro que nunca (nada) é perfeito...
O ano poderia ter sido melhor? Poderia!
Tudo que eu desejei no final de 2009 aconteceu? Não!
Mas foi bom... Mais momentos alegres do que tristes, muito mais risadas do que lágrimas...


E mais importante do que pensar no que ganhamos ou perdemos é pensar no quanto aprendemos.

Chegou a hora de "fechar a conta" de 2010: a melhor coisa que podemos fazer na virada do ano é separar todas as boas e as más lembranças: as ruins deleta, deixa no passado; as boas leva pra sempre, na memória e no coração.


 

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Eu só não acredito em Papai Noel



Nesta época do ano, não tem como não falar em Papai Noel. Ele é a figura mais simpática e querida que existe. Como não gostar de um velhinho barrigudinho, que tem paciência de pegar um monte de crianças no colo e ouvir  o que cada uma quer ganhar de presente? E a risada? Não lembro de nenhuma mais tradicional do que "ho, ho, ho..." 

Eu até fico surpresa de como eu posso não acreditar em Papai Noel, porque eu sou a pessoa mais crédula que existe!
 

Eu acredito quando uma pessoa me promete alguma coisa, mesmo que ela já tenha me prometido a mesma coisa outras vezes e não tenha cumprido.

Quando alguém me conta uma coisa impossível eu faço aquela cara de espanto e respondo (já acreditando): capaz!? Depois a pessoa ri e diz: só tu mesma pra acreditar!   

Eu acredito que a grande maioria das pessoas que se candidatam a cargos públicos o fazem com a intenção de fazer alguma coisa boa pelos outros. 

Eu acredito quando alguém me pede dinheiro na rua dizendo que é pra comprar comida ou remédio para os filhos. 

Eu acredito em mim quando eu me prometo coisas que eu nunca consigo cumprir, como fazer dieta ou colocar dinheiro na poupança.

Eu chego a acreditar na possibilidade de evolução de pessoas quando nem elas mesmas acreditam. 

Eu acredito tão fácil, mas tão fácil, que as vezes acredito no que nem é dito! Qualquer indício de mudança, qualquer demonstração de intenção já é suficiente... Eu já acredito! 

Hoje em dia acreditar nas pessoas passou a ser visto como ingenuidade ou até burrice, mas eu posso dizer que poucas vezes eu me arrependi. Eu sou uma pessoa de sorte! 

Mas apesar de ser meio ingênua, eu também tenho um lado racional... Em relação ao Papai Noel, eu sei que uma pessoa (mesmo contando com os seus duendes ajudantes) não conseguiria distribuir presentes para todas as pessoas no mundo inteiro na mesma noite. Nisto eu não acredito! 

Eu cheguei à conclusão que eu acredito em quase todo mundo, menos no Papai Noel... (e no coelhinho da Páscoa, mas ele não conta porque ele não é uma "pessoa").

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Conversando com o Caetano

Todo mundo fala sozinho de vez em quando! Isto até já é considerado normal.
Mas eu, além de falar sozinha (e com a televisão), também falo com músicas. É uma espécie de brincadeira que eu faço.

Sabe quando toca uma música que fala exatamente o que tu tá sentindo? Pois é, quando eu estou sozinha e escuto uma música que parece que está falando comigo, eu respondo.
É bom! Além de botar pra fora o que está me incomodando, eu me divirto rindo de mim mesma pelo papel ridículo de estar falando com quem não está me ouvindo.
Vou dar um exemplo: a um tempo atrás eu troquei uma idéia com o Caetano; foi mais ou menos assim:

Caetano: Ás vezes no silêncio da noite, eu fico imaginando nós dois...
Eu: O silêncio da noite é fogo... durante o dia a gente se distrai mas ficar sozinho à noite é pior!

Caetano: Eu fico ali sonhando acordado, juntando: o antes, o agora e o depois
Eu: o antes era bom, agora tá um vazio, e depois? como vai ser?


Caetano: Por quê você me deixa tão solto?
Eu: Porque ele me deixa tanto tempo sozinha? Será que não sente a minha falta? Que droga!


Caetano: Por quê você não cola em mim?
Eu: é tão bom quando a gente passa um tempo coladinhos.


Caetano: Tô me sentindo muito sozinho
Eu: Ô Caetano, eu também tô!


Caetano: Não sou nem quero ser o seu dono
Eu: Claro que não... eu só quero ocupar um espaço importante na vida dele...


Caetano: É que um carinho às vezes faz bem
Eu: às vezes? carinho é bom sempre!!!


Caetano: Eu tenho meus desejos e planos secretos, só abro pra você mais ninguém
Eu: abrir como se ele não está aqui?


Caetano: Por que você me esquece e some?
Eu: quem gosta não esquece... nem some... 


Caetano: E se eu me interessar por alguém?
Eu:  acho difícil...


Caetano: E se ela de repente me ganha?
Eu: Nem tem ninguém tentando me ganhar (pelo menos que eu saiba)


Caetano: Quando a gente gosta é claro que a gente cuida
Eu: Claro que cuida! Eu cuido dele, mas ele não tem me cuidado...


Caetano: Fala que me ama só que é da boca pra fora
Eu:  pior que nem fala...


Caetano: Ou você me engana ou não está madura
Eu: será que é falta de maturidade? ou de amor? ou será que sou eu que estou me enganando?


Caetano: Onde está você agora?
Eu: Onde é que ele anda? Porque não tá aqui comigo?


Depois que a música termina eu me sinto muito bem. Parece maluquice? 

Ah, experimenta... e depois me conta.


(música Sozinho - Caetano Veloso)

domingo, 12 de dezembro de 2010

Vivendo e aprendendo

 
Num dia destes, enquanto eu caminhava apressada pra chegar no trabalho, escutei um trecho de conversa entre duas pessoas. Um homem mal vestido, sujo, aparentando ser um mendigo e uma mulher que eu já vi muitas vezes sentada na entrada do Trensurb pedindo moedas.
Ele passa por ela e oferece um gole de refrigerante de uma latinha que provavelmente ele ganhou com o resto de alguém... Ela responde: “não obrigada, eu já bebi” (apontando pra uma latinha de refrigerante ao lado dela no chão)... imagino que a dela também tenha sido doada por alguém, porque mendigo não compra refrigerante em lata; se ela fosse comprar provavelmente compraria um copo que é bem mais barato. Ele respondeu: “então boa sorte... feliz natal!” e seguiu o seu caminho.
Eu não parei pra falar com nenhum deles, nem ao menos diminuí a velocidade dos meus passos, apenas continuei caminhando, com este trecho de conversa se repetindo na minha cabeça. Como este homem que quase não tem nada pensou em dividir o pouco que tinha? Ele ainda desejou boa sorte à ela... no que será que ele pensou? Que ela tenha sorte e as pessoas sejam mais sensíveis e colaborem mais com ela? Feliz natal como? Será que eles conseguem ser felizes sem ter nada e depender da boa vontade dos outros? Mas a gente não precisa ter tanta coisa pra ser feliz? 

De repente eu me senti tão egoísta! Eu já passei muitas vezes por aquela mulher e nunca dei nada, nem um bom dia! Aliás, a gente acabou se acostumando a ver pessoas sentadas no chão, maltrapilhas e sujas, com a mão estendida pedindo ajuda. Mas não é normal! São pessoas e não animais de rua, mas estão revirando as latas de lixo atrás de comida igualzinho a eles... são humanos vira-latas, pessoas de rua... mas deles ninguém tem pena! Poucos levam um prato de comida como fariam para um cachorrinho abandonado; são humanos abandonados.

Muitas vezes eu dou umas moedas, mas é mais por medo de ser assaltada ou pra me livrar da pessoa do que por verdadeira  vontade de ajudar. Eu nem olho direito pra quem está pedindo! Não estou aqui dizendo que sou um ser humano pior do que os outros; antes fosse... antes  só eu estivesse ficando menos sensível ao sofrimento alheio, mas o que vejo é o contrário. Vejo as pessoas dizerem que dar dinheiro ou comida não resolve o problema; que quem tem que fazer alguma coisa é o governo; que não dando nada estão ajudando a pessoa a ser obrigada a mudar de vida; blá, blá, blá... Não dar nada não ajuda em nada! Eu não acredito que alguém que pudesse ter um emprego, e dinheiro pra ter uma casa, roupas limpas, comida quente, preferiria simplesmente continuar morando na rua e comendo restos do lixo por ser “mais fácil” do que trabalhar. Mais fácil? Quem trocaria de lugar com eles?

Naquele momento, aquele mendigo me ensinou mais sobre natal que todas as propagandas de televisão têm mostrado. A mensagem de natal não é a de repartir, ser mais humano, mais solidário? Pois este homem de rua, provavelmente sem casa, sem estudo, sem emprego, me ensinou mais do que eu poderia ensiná-lo sobre solidariedade.

Eu não sei exatamente o que fazer pelas pessoas que não têm nada e que andam pela rua pedindo ajuda, mas o que eu não posso é cair no erro de me acostumar com a situação; achar normal o que não é normal... eu não acredito que algumas pessoas nasceram pra ter tudo e outras pra não ter nada; não está certo e eu quero pelo menos lembrar sempre disso e tentar ser mais solidária. Feliz natal pra todos!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Trabalhando o desapego

 
De acordo com os dicionários, desapego é sinônimo de desinteresse, indiferença e desprendimento. Trabalhar o desapego é o esforço que precisamos fazer quando saímos de um relacionamento para nos acostumarmos sem aquela pessoa. É o início de uma nova fase; é meio como começar carreira solo.

Eu faço o possível pra facilitar o meu lado; a primeira coisa é sumir com tudo que me faz lembrar da gente: guardo fotos, arquivo emails e boto certos cds e dvs de castigo por tempo indeterminado. É claro que isto não garante que não vou lembrar mais, mas pelo menos facilita um pouco.

Algumas pessoas conseguem continuar convivendo com a pessoa após o rompimento e transformar de imediato o amor em amizade. Eu não consigo! É como naquela música do Skank: "te ver e não te querer é improvável, é impossível". Pois é... pra mim, ver e não poder beijar, abraçar e saber que é meu, é como para um diabético ir a uma confeitaria e não poder comer... pra quê se torturar?

Eu também gosto de fazer pequenas mudanças no meu visual ou na minha casa; me vestir um pouco melhor, perder uns quilos (como sempre), trocar um móvel da sala, de repente mudar o cabelo... 

Uma coisa que não faço é deixar de ir a algum lugar por falta de companhia; na verdade como sempre tive longos períodos sem namorado me acostumei a ir ao cinema, shopping, happy hour com amigos e até viajar sozinha. Desapegar é desprender...
Mas quando a solidão bate, às vezes as pessoas apelam...
No ano passado eu resolvi me cadastrar num destes sites de solteiros (onde infelizmente nem todo mundo é solteiro). Recebi um milhão e meio de emails (talvez não tenha chegado a tanto). Os mais variados tipos de pessoas, todos muito interessados e cheios de elogios à minha pessoa. A grande maioria eu nem respondi. Num belo dia uma colega me perguntou se eu tinha recebido algum retorno do meu cadastro e eu contei ingenuamente: tenho recebido vários emails, mas até agora nada de bom: ou o cara é mal-humorado, fumante, depressivo, abusado, alto demais, gordo demais, enfim: nenhum despertou o meu interesse. A resposta dela caiu como um piano na minha cabeça: mas será que nenhum presta ou tu que não tá querendo encontrar ninguém! Depois de me recobrar do choque eu pensei bem e descobri que na verdade eu ainda não estava preparada; no fundo eu buscava um clone do ex (e obviamente não achei). Eu até troquei uns emails com uns caras legais mas que naquele momento só despertaram a minha amizade. Mas a experiência foi muito boa porque levantou a minha auto-estima, eu percebi que tenho qualidades suficientes pra despertar o interesse de outras pessoas e isto me fez bem. Eu vi que eu não estava sozinha porque era feia, burra, mal-humorada ou chata e nem precisava ter medo de ficar sozinha pra sempre por falta de alguém que me quisesse.

Pensando bem, ficar um tempo “avulsa” não precisa ser ruim e muito menos triste. 
O bom é aproveitar o período do desapego pra focar em nós; pensar em como somos, no que podemos melhorar e do que precisamos pra sermos felizes... Sem pressa...

sábado, 27 de novembro de 2010

Final de relacionamento: dicas pra ficar bem



Quase todo ser humano adulto já passou por pelo menos um final de relacionamento. Ninguém sai totalmente ileso; dependendo do tempo de convivência e do nível de envolvimento emocional, este momento pode ser bem difícil, até porque envolve planos que não vão se concretizar e a falta que se vai sentir. E em alguns momentos a saudade vai pesar mais, como no Natal, no Ano-Novo, nos aniversários... todas aquelas datas em que se quer ter alguém especial pra compartilhar... Mas deixa prá lá, vamos focar só no momento atual e em formas de ficar bem.

Eu acredito que nestas horas a gente precisa de um tratamento especial: doses cavalares de carinho e paparicação. É claro que esta atenção especial pode vir da família ou dos amigos, mas às vezes, pelo menos no início, a gente prefere ficar sozinha. Neste caso, quem pode (e deve) nos encher de atenção somos nós mesmas. Sim, tu mesma pode te cuidar e te dar conforto. 

Pra começar, te permite fazer tudo o que tiver vontade: quer chorar? Chore, não prenda nada. O que a gente tem a perder por chorar? Nada! O choro alivia aquele aperto no peito e acalma. E não liga se alguém vier com aquela conversa de que “ele não merece o teu sofrimento”. Por acaso o sofrimento é alguma espécie de presente que se está oferecendo a alguém? Lembre: se tem alguém que não merece o teu sofrimento é tu, mas às vezes não dá pra fugir dele...

Coma tudo o que der vontade! Comida não cura dor de amor, mas pizza, churrasco ou uma taça de sorvete com muita calda de chocolate traz uma grande sensação de prazer (e neste momento, qualquer fonte de prazer tá valendo!). Não pensa nas calorias, não é o momento... sofrer por amor e fazer dieta ao mesmo tempo seria penoso demais pra qualquer pessoa. Mas se possível não deixe esta fase da busca do prazer através da gula durar muito tempo... lembre: engordar muito não vai te ajudar em nada.

Outra fonte garantida de prazer é fazer compras... vá pro shopping e se dê ao luxo de comprar um monte de coisas supérfluas e de preferência baratas; lembre: o prazer está em comprar e não necessariamente em gastar muito. 

Algumas horas no salão de beleza também pode ajudar muito: vá fazer as unhas, cortar os cabelos e passar algumas horas ouvindo as conversas dos outros: além de melhorar a aparência e a auto-estima, tu vai te distrair e dar boas risadas.

Tu também pode ir ao cinema, sozinha ou com as amigas, mas não esqueça de escolher uma boa comédia. Fuja dos filmes românticos (por motivos óbvios) e de filmes que fazem chorar (lembre: chorar é bom, mas em casa e sozinha: ninguém precisa te ver com os olhos inchados e vermelhos). É bom sair de casa, se bem que às vezes parece que a gente só cruza com casais apaixonados que ficam se beijando na nossa frente. Dá até a impressão que estão olhando pra gente e lá no íntimo estão cantando: “eu tenho, você não tem”. Gente desagradável!

A dica é aproveitar todo o tempo livre pra só fazer o que te faz bem, sem se forçar a fazer o que as pessoas acham que deve fazer. De repente alguém vai tentar te arrastar pra uma balada ou pra uma viajem com um monte de gente, dizendo que você precisa "se divertir". Se te der vontade vai, mas se quiser ficar em casa ou fazer algum outro programa sozinha, lembre: se divertir é se sentir bem, onde quer que esteja.

Não tem como prever quanto tempo vai levar pra esquecer o ex... não te preocupa com isto, só tenta ficar bem hoje e quando acordar amanhã tenta de novo... 

Se ele não era a pessoa certa, uma hora vai passar... é só questão de tempo...

Mas como é que a gente sabe quem é ou como é a "pessoa certa"? Bom, vamos pensar um pouco nisto e depois a gente conversa...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Deprê de Natal: eu tenho!


Nos últimos dias eu tenho pensado muito na proximidade do Natal.
Eu ia deixar pra falar sobre este assunto em dezembro, mas se ele vem ocupando tanto a minha cabeça, talvez seja a hora certa pra falar. Quem sabe outras pessoas também sintam como eu e pensando nisto com bastante antecedência consigam se preparar e ter um Natal melhor neste ano?  

Eu confesso que sempre me achei meio estranha quando ia chegando o Natal e eu não me sentia envolvida com a data como as outras pessoas. Eu ficava pensando se havia algo de errado comigo, se eu era diferente, esquisita; com o passar do tempo eu percebi que eu não era uma exceção; muitas pessoas têm dificuldade com esta época do ano, apesar de não verbalizarem.

Comigo não foi sempre assim. Durante a infância e adolescência eu adorava o Natal. A família era grande, com muitos tios e primos... a festa sempre tinha música, dança, boa comida e muita diversão. Mas com o passar dos anos as primeiras perdas começaram; perdi o irmão aos 25 anos e o pai aos 27. Nesta fase a minha filha era bem pequena e quando temos criança em casa a gente faz um mega esforço pra se empolgar.  Mas depois destas perdas, completamente alegre o Natal nunca mais foi. Com o passar dos anos, alguns dos meus tios também faleceram e à cada final de ano a festa era um pouco mais triste, até que as pessoas deixaram de se reunir nesta data.

Algumas pessoas ainda não tiveram uma grande perda ... outras já tiveram mas conseguiram evoluir a tal ponto que conseguem ficar felizes pelas pessoas que ainda fazem parte da sua vida. Eu admiro estas pessoas e queria ser assim.
Eu fico pensando no motivo destas dificuldades com o Natal... será que o tão falado “espírito de Natal” é uma fantasia da infância e só as crianças, ainda tão puras e ingênuas, conseguem senti-lo plenamente? 

Será que parte do problema não é a mídia, que nesta época despeja um monte de comerciais onde todas as famílias parecem felizes e perfeitas? Será que porque a minha família não é perfeita eu me sinto excluída?

Talvez a gente apenas fique mais sensível nesta época e aí as perdas e os problemas doam mais. Talvez apenas fique mais difícil aceitar as desavenças familiares, doenças, separações, desemprego e outros problemas no Natal.  

Não importa o motivo da “deprê de Natal”, a gente só precisa fazer o possível pra ficar bem.
A primeira coisa a fazer é parar de pensar que só você fica triste no Natal; agora você sabe que eu também fico e então somos pelo menos dois!
Você não precisa sair falando disso pra todo mundo, mas também não faça muita força pra esconder (fingir é um desgaste desnecessário).
Se for te fazer muito mal participar da festa, se dê o direito de não ir. Fale francamente com as pessoas mais chegadas a você. É normal que quem gosta de você queira a sua presença e tente te convencer. Não fique chateado; eles ficam preocupados achando que você vai se sentir pior se ficar sozinho. Diga que vai ficar bem, só não quer ser forçado a ir porque aí sim se sentiria mal. Fique em casa: compre umas coisas gostosas pra comer, assista a alguns filmes ou leia um livro. Se quiser pode até ir dormir antes da meia-noite que ninguém vai reclamar.
Mas se você não estiver muito mal; se você só está meio apático, mas ir à festa não seria um grande sacrifício,  o meu conselho é: vá! Pense nesta situação: você foi visitar pessoas muito queridas em outro país. Eles te convidam pra participar de uma festa local onde todos estão muito animados, mas pra você aquela data não traz nenhuma emoção; você simplesmente aceita o convite e tenta aproveitar ao máximo a boa companhia. Numa situação como esta você não se cobraria pelo fato de não estar envolvido como os outros, apenas curtiria a festa, tentando ter um momento gostoso com pessoas que ama.

É isto: a gente precisa tirar este peso das costas, como se fosse obrigação estar feliz o tempo todo. Todo mundo quer ser feliz (e se pudesse é claro que seria), mas não é uma obrigação.

Talvez a saída pra ficarmos bem no Natal seja relaxar e tentar aproveitar o que tem de bom; não compare com os natais do passado, evite ficar o tempo todo pensando naqueles que não estão mais com você, não compare os seus sentimentos com os dos outros. Apenas aproveite as coisas boas, como se fosse um aniversário ou outra comemoração qualquer...

Veja pelo lado bom: o dia de Natal só tem as mesmas 24 horas que qualquer outro dia do ano (tá bom, 48 horas considerando que os festejos vão do dia 24 ao dia 25), mas depois acaba! 
E mesmo que este Natal não seja completamente feliz, você sabe que só precisará passar por isto novamente depois de 12 meses!

Vamos combinar uma coisa? Vamos tentar passar por este Natal sem ficar triste?
Topa pelo menos tentar?

domingo, 14 de novembro de 2010

Você tem o direito...


Hoje é domingo e eu acordei às 09h, quando o meu vizinho decidiu ouvir Benito di Paula a um volume ensurdecedor.  O problema nem é a preferência musical dele (às vezes ele escuta Alcione que eu gosto), o problema é o horário e principalmente o volume!

As pessoas gostam de dizer que são livres pra fazer o que querem em suas casas, o que a princípio é verdade, mas às vezes quando alguém exerce o seu direito acaba tirando o direito dos outros.

Eu tenho o direito de ouvir a música que eu escolher ou o som da minha televisão! Eu tenho o direito, inclusive, de não ouvir absolutamente nada se eu preferir ficar em silêncio!
Cada um pode decidir o que quer ouvir, desde que a música que escolheu não saia do estrito espaço que é seu. Quer o som no volume máximo? Use fones de ouvido! Quer ouvir no volume máximo e sem fone de ouvidos? Vá pra uma praia deserta (e que Deus proteja as andorinhas, que com certeza vão voar pra longe enlouquecidas!).

O barulho dos outros me incomoda muito, mas tem uma coisa que me irrita ainda mais: é o barulho dos outros definir a hora em que eu devo acordar em um final de semana ou feriado. E eu nem posso reclamar porque existe o regulamento dos condomínios onde o barulho só é proibido das 22h às 7h; mas quem disse que uma pessoa só tem o direito de dormir nestes horários? E se neste prédio mora alguém que trabalha à noite, ele perde o sagrado direito ao repouso? E mesmo os que trabalham em horário comercial, de segunda à sexta, eles não têm direito de dormir até mais tarde no final de semana?
O problema não é que faltam Leis, eu até acho uma pena que elas precisem  ser criadas pra garantir os direitos de  alguns porque outros não tem o bom senso de reconhecê-los (de novo a questão do respeito!).

Pensa bem: precisaria de lei pra garantir às pessoas que não fumam o direito de almoçar ou usar um elevador sem fumaça? Precisaria de lei pra obrigar quem tem cachorro a recolher os seus “dejetos” ou pra que as pessoas não joguem lixo na rua? Não é óbvio?

Eu adoro filmes e séries com investigações de crimes e tribunais e a frase que sempre ouvimos no momento da prisão é “... você tem o direito de permanecer calado...” Eu gostaria de dizer para algumas pessoas: você tem o direito de ouvir sua música, desde que mais ninguém seja obrigado a ouvi-la; você tem direito de fumar, desde que mais ninguém tenha que aspirar a fumaça; você tem o direito de ter cachorro, desde que ninguém tenha que pisar no cocô dele na rua...

Estou meio mal-humorada? Desculpem, vai passar... 

Vou arranjar o que fazer pra aproveitar o meu domingo e torcer pro meu vizinho ir pra praia e eu poder dormir até mais tarde amanhã, que é feriado. Quem sabe eu dou mais sorte ainda e ele se muda? Posso até perder o bom-humor, mas o otimismo nunca!!!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tudo bem






Sinceridade sempre! Mas atire a primeira pedra quem nunca responde “tudo bem” quando na verdade está com algum problema ou preocupação.
Aliás, vamos combinar que dificilmente respondemos sinceramente quando nos perguntam se estamos bem (até porque nem sempre quem pergunta tem tempo ou interesse de ouvir nossos problemas).

 
Perguntar se está tudo bem passou a ser uma espécie de cumprimento e não uma pergunta que realmente deva ser respondida com algo além de um simples “tudo”.
E não é por mal que a gente responde que está bem mesmo não estando!
Normalmente é porque a gente não tem intimidade suficiente com a pessoa que está perguntando pra sair falando da nossa vida.
Um cliente chega e te cumprimenta: bom dia, tudo bem? E você responde: bem nada, passei a noite em claro com uma dor de dente terrível!
Ou, ao chegar numa empresa para uma entrevista de emprego, você é recebida pelo gerente de RH que lhe pergunta: como vai, tudo bem? E você responde: tô péssima,meu aluguel subiu justo agora que meu marido perdeu o emprego! 

 
Mas quando é a mãe da gente que pergunta, com certeza ela quer mesmo saber como a gente está (de preferência com detalhes). E como a gente não gosta de preocupá-la (e toda mãe se preocupa) quando é ela que pergunta a gente prefere largar aquele  ”tudo bem” meio murcho (aquele com cara de tédio que na verdade quer dizer: tudo igual, os problemas ainda são os mesmos). 

 
Mas tem pessoas que pra não mentir trocam o “tudo bem” pelo “tô levando”.
Mas levando o quê? Prá onde? O “tô levando” é mais parecido com “não tô bem, mas vou sobrevivendo” ou “tô chateada mas não quero falar a respeito”. 
O interessante disto tudo é que quando falamos com alguém que realmente nos  conhece, esta pessoa sabe como estamos de verdade, independente das palavras: o tom da voz (mesmo por telefone) ou a expressão do rosto já diz tudo! Com esta pessoa sabemos que não dá pra enrolar, precisamos falar tudo: contar com detalhes, chorar no ombro, pedir conselho ou simplesmente desabafar. E só de falar com esta pessoa a gente já se sente melhor.

 
 E depois, como a vida continua, de repente acontece alguma coisa boa: um aumento de salário, um elogio do chefe, o filho que conseguiu emprego, uma declaração de amor muito esperada... 

 
Aí sim, quando estivermos bem de verdade, o primeiro que perguntar "tudo bem?" antes mesmo da resposta vai receber aquele baita sorriso e talvez a gente não resista e responda: tudo bem, tudo ótimo!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Bom gosto



É impressão minha ou sempre que uma pessoa diz que outra tem mau gosto “por coincidência” o gosto da outra pessoa é diferente do dela?

Eu acho muito relativo o conceito de bom e de mau gosto.
Por exemplo: eu não gosto das champagnes consideradas de qualidade; eu prefiro os espumantes rosados, bem doces e baratos (aqueles que as empresas costumam dar para os funcionários no Natal). Isto quer dizer que eu tenho mau gosto? Eu deveria beber a champagne cara e amarga só pra ser considerada uma pessoa de bom gosto? Não, não vale a pena...


Em relação às roupas, os gostos das pessoas são os mais variados.
Uma mulher que sempre achou horrível as calças de cintura alta pode passar a usá-las quando virar moda.
Um homem que criticava minissaia com botas pode cair de quatro ao ver a Julia Roberts em “uma linda mulher” arrasar no modelito.
O gosto pode mudar e talvez o bonito e o feio sejam relativos... 


Um motivo comum de briga por divergência de gosto é o futebol.
E tem gente que consegue ser intolerante até com os seus pares; eu mesma
já me surpreendi vendo pessoas no estádio vaiando seu próprio time!
Será que alguém acredita que um jogador que está errando passes ou
perdendo gols vai melhorar seu desempenho porque a torcida está vaiando?
Claro que não, ele vai nervoso e jogar pior ainda! Neste caso, além de indelicadeza, a vaia é um tiro no próprio pé!


E o gosto musical? Têm os que chamam de lixo a música que não gostam; mas se milhares de pessoas gostam daquele estilo, será que ele não é digno pelo menos de respeito? Não seria muita pretensão achar que milhares de pessoas estão erradas e só o seu gosto é bom?
Mas o que eu considero o cúmulo da grosseria é vaiar um cantor num show pelo simples fato de não ser o seu estilo de música preferido.
Onde fica o respeito por aqueles que estão lá e admiram aquele artista?
E o respeito pelo próprio artista que está ali apresentando o seu trabalho?
Não tá gostando do show? Vai embora!
Não quer ir embora? Fica quieto e espera terminar.
Se não consegue aplaudir por respeito ao artista, pelo menos não devia passar atestado de mal educado!
Se cada pessoa tem o seu gosto (e o direito incontestável de tê-lo), não é descabido ridicularizar ou julgar alguém pelas suas preferências? 


Não é difícil conviver com pessoas diferentes, basta aceitar as diferenças.
Aliás, se tem coisa de extremo bom gosto é o respeito.