domingo, 28 de outubro de 2012

Droga


Hoje li uma matéria em uma revista de grande circulação sobre os malefícios da maconha.
 
Quando comecei a pensar no assunto, a primeira coisa que fiz foi pesquisar no Google a definição de droga: “...qualquer substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento.” É claro que “qualquer substância”, inclui o álcool, o cigarro, os tranqüilizantes, além das mais temidas cocaína, crack, LSD, etc... Tudo isto é droga, mas as pessoas vêem de forma diferente. Tranqüilizantes são remédios, ou seja, são prescritos por médicos para serem utilizados em determinadas situações e por certo período, mas muitas pessoas acabam dependentes deles e continuam tomando após a prescrição médica (e outras começam a tomar sem nunca terem consultado um especialista).

O álcool já caiu na normalidade; por não ser proibido só é questionado quando associado à direção ou ao trabalho. A maconha já possui um grande número de defensores lutando pela sua liberação: o maior argumento destas pessoas é que se fosse liberada os usuários não precisariam comprar de traficantes, o que iria diminuir a violência que o tráfico traz para todas as cidades (será? Os traficantes não continuariam a vender “escondido” as outras drogas?) 

Já ouvi pessoas dizendo que a maconha faz menos mal à saúde do que o cigarro, mas os médicos afirmam que também pode causar bronquite, asma, faringite, enfisema e câncer. Além disto, uma pessoa sob o efeito da maconha tem maior risco de sofrer acidentes de trânsito e a longo prazo diminui a imunidade (aumentando o risco de infecções) e se for usada durante a gravidez, existe a possibilidade de prejudicar o feto. 

Pelo que eu li, a maconha “dá relaxamento e sonolência, a memória fica prejudicada e a pessoa não consegue executar tarefas múltiplas. Há confusão entre passado, presente e futuro. O indivíduo tem menor equilíbrio e força muscular. Os olhos ficam vermelhos, a boca seca, o pulso acelerado, e a pressão pode diminuir quando a pessoa fica em pé, causando tontura. Com doses mais altas iniciam a desorientação, confusão, raciocínio incoerente, medo, ilusões, alucinações e despersonalização (sente que não é mais ele mesmo).

Agora, a pergunta que não quer calar: alguém precisa disto? Será que vale à pena? Eu acho que quem fuma maconha pra se sentir relaxado ou pra dar muita risada pode alcançar estes objetivos de formas mais saudáveis! Vai viajar (de verdade, com deslocamento físico), faz exercícios, pratica esportes, joga conversa fora com os amigos, assiste uma comédia!

Não abre mão de ser dono dos teus pensamentos e de sentir as emoções como elas realmente são; não deixa que nada te anestesie nem dificulte o teu raciocínio, aprendizagem e memória. 

Talvez as maiores vantagens da juventude sejam a energia, o pensamento rápido, a facilidade para aprender, a disposição para grandes conquistas; não deixa que nada roube isto de ti; não vale à pena!


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

E se?




Será que sou só eu, ou todo mundo antes de acontecer uma coisa que quer muito pensa, nem que seja por poucos minutos, na possibilidade de dar errado? 

Tá tudo perfeito, uma coisa maravilhosa está para acontecer, mas de repente, num momento de distração, vem aquele pensamento: e se?
  
Antes de uma pequena cirurgia muito aguardada: e se eu tiver um choque anafilático? 
Antes de uma viagem maravilhosa: e se o avião cair? e se o navio afundar? 
Antes da sonhada aventura radical: e se o paraquedas não abrir? e se a corda do bungee jump arrebentar?   

É claro que racionalmente a chance de um acidente acontecer é pequena... Mas, e se? 

Todo mundo (e até a gente mesmo) só diz que “tudo vai dar certo”... Mas, e se? 

E se eu não voltasse? O que as pessoas iriam sentir? O que iriam dizer? 

Os ex-colegas de trabalho: “ela era uma das pessoas mais dedicadas ao trabalho que eu já conheci!”. 

Os amigos chegados e parentes: “que fatalidade... ela saía pouco, não era de muitas festas, e quando resolve finalmente fazer alguma coisa para se divertir de verdade acontece uma coisa dessas!” 

Eu acho que várias pessoas iam lamentar e até chorar por mim... Alguns iam sentir a minha falta e de vez em quando comentar alguma característica minha com saudade... 

A minha mãe ia sofrer bastante (afinal seria o segundo filho a partir antes da hora)... Mas ela é uma guerreira e iria acabar se reerguendo (de novo)... iria acabar achando forças porque afinal tem uma neta que precisa do consolo e da ajuda dela. 

E a minha filha?  Seria difícil pra ela, afinal estamos juntas a tantos anos... nunca moramos separadas e acho que nunca ficamos mais de uma semana sem nos ver. Mas o que eu queria é que ela lembrasse de tudo de bom que passamos juntas... que se inspirasse nas qualidades que ela julga que eu tenho e usasse qualquer coisa que tenha aprendido comigo, seja pelas minhas palavras ou pelas minhas atitudes, pra construir uma vida maravilhosa para ela. 

Como eu disse antes, o “e se” é um pensamento que acaba aparecendo e dura poucos minutos. 

Depois vem a resposta que nós mesmos nos damos: “Deus me livre! Eu ainda tenho muita coisa pra fazer!” 

Eu ainda quero levar a minha mãe pra Buenos Aires, quero ver a minha filha realizada profissionalmente, quero falar inglês fluentemente, quero conhecer muitos lugares, quero encontrar um companheiro, quero reformar o meu apartamento, quero ajudar a salvar a vida de alguém através de um transplante de medula óssea, eu quero ser avó!

Pai do Céu: me acompanha e me protege na minha viagem, e, por favor, me traz de volta pra minha vida e pras pessoas que eu gosto.

To saindo de férias... mas eu volto!


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Cabelos rebeldes



Muita gente fala do quanto é difícil conviver com os adolescentes em sua fase rebelde; concordo, é difícil mesmo, mas minha experiência mais difícil e duradoura com rebeldia eu tive (e ainda tenho) com os meus cabelos.

É comum pessoas que não estão satisfeitas com seus cabelos: quem os têm muito lisos gostaria de mais volume, quem os têm muito crespos, adorariam ter madeixas escorridas; mas difíceis mesmo são os tais "ondulados": estes sim são os mais rebeldes, porque cada dia eles estão de um jeito, por pura birra.

Os adolescentes são difíceis, mas pelo menos de vez em quando eles ouvem os adultos, os cabelos não. Não existe negociação! Não adianta dizer: "por favor, se comporta só hoje e eu prometo passar o final de semana inteiro sem nem te pentear".  As vezes, do nada, ficam bonitos, mas normalmente é quando a gente está sozinha em casa e ninguém vai ver.

A minha briga com os meus cabelos me acompanha a vida inteira. Na minha festa de 15 anos eles se mostraram impiedosos! Passei a tarde em um renomado salão de beleza onde a minha mãe gastou uma fortuna pra nada. Na época o sonho das meninas era ter o cabelo da Farrah Fawcett, aquela atriz linda e loura das Panteras; como o meu cabelo era comprido, pedi para o cabeleireiro fazer o corte dela; depois de cortar, ele colocou rolos e depois ainda fez toca. Pra quem não sabe o que é toca eu explico: a gente escovava o cabelo todo para um lado e ia prendendo em volta da cabeça com grampos, depois que aquele lado secava a gente escovava todo para o outro lado e enchia de grampos novamente (se não fizesse dos dois lados ficava todo torto). Depois de todo este processo o cabelo ficou lindo! Eu teria ficado maravilhosa nas minhas fotos se não fosse por um detalhe: era pleno mês de fevereiro e fazia uns 30 graus (à noite); antes mesmo da festa começar, bastou eu começar a suar pro cabelo se encolher todo. Se alguém duvida, eu ainda tenho as fotos: o cabelo todo cacheado como se eu tivesse feito babyliss (que na época acho que ainda nem existia). Uma tragédia!

Agora já faz muitos anos que eu decidi usar cabelo curto. Todo mundo acha que cabelo curto não dá trabalho, mas não é bem assim: toda noite eu lavo e fico escovando com uma mão enquanto seguro o secador com a outra; na hora as vezes até fica direitinho, mas eu vou dormir sem saber como ele vai estar na manhã seguinte: um calombo no alto da cabeça, uma onda na franja, uma ponta virada pro lado errado, enfim: ele fica como bem quiser e eu não tenho nenhum domínio sobre ele.

Para os que ainda reclamam dos adolescentes rebeldes eu digo: rebeldia de adolescente passa, de cabelo não. Os filhos, mais cedo ou mais tarde se acalmam, ou porque os hormônios se estabilizam ou porque acabam quebrando a cara algumas vezes e aprendendo da forma mais difícil o que as suas santas mãezinhas tentaram ensinar com todo carinho.  


As pessoas chegam à maturidade mais tranqüilas e equilibradas, mas os cabelos não: com o tempo, ao invés de aceitarem uma convivência pacífica eles declaram uma nova guerra e começam a ficar brancos, por pura maldade. 
 
 


 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Problemas com a memória


A esta altura, me aproximando dos quarenta e todos, percebo que a minha memória está cada vez pior.

Alguns nomes ou palavras simplesmente desaparecem na hora em que eu vou falar. Num dia destes eu fui à uma farmácia e o nome do remédio que eu compro todo mês simplesmente não existia mais na minha cabeça. O atendente se aproximou e se passaram intermináveis dois ou três minutos até que eu lembrasse.

Parecia que dentro da minha cabeça havia uma engrenagem muito lenta e pesada, fazendo uma força enorme para se mover em direção da resposta. Fiquei com tanta vergonha que acabei aproveitando para também comprar um “fortificante nos estados de esgotamento físico e mental”.

No dia seguinte eu tive a confirmação de que as coisas não iam nada bem: um colega lembrou de uma cena de novela onde o Gianecchini empurrava uma secretária no poço de um elevador. Incrível: ele lembrava com detalhes do enredo, dos nomes dos atores e dos personagens da novela, enquanto eu levei vários minutos para lembrar vagamente da cena. O pior não foi demorar para lembrar, foi me dar conta que este tipo de lembrança estava lá dentro do meu cérebro, ocupando um espaço precioso que está fazendo falta para outras lembranças mais importantes.

Desde a infância até hoje, devem ter milhares de programas de televisão armazenados na minha cabeça: quantas novelas, programas humorísticos, filmes... Não tenho preconceito nenhum em relação à televisão, até porque é o meu escape mais freqüente do stress; acho até que muitos destes programas me fizeram pensar sobre temas importantes e me ajudarem a formar minhas opiniões em relação a muitas coisas; o problema é que agora eu gostaria de poder excluir algumas lembranças menos importantes e abrir espaço para coisas novas.

A gente devia poder organizar as lembranças, rever cenas e escolher as que devem ser armazenadas e as que podem ser deletadas.

Eu até tento facilitar a minha vida, otimizando o espaço útil da minha memória: não memorizo números de telefones (para isto existem os contatos do celular);  não guardo o aniversário de quase ninguém (para isto eu uso o Facebook, apesar de já ter deixado passar o aniversário de uma grande amiga porque cheguei tão cansada em casa que não liguei o computador e o Face não pôde me avisar). Receitas, letras de músicas, endereços? Procuro no Google. Número de documento? Não sei nenhum. Preço de mercadorias do supermercado? Nem imagino.

Às vezes lembro de coisas banais e não consigo lembrar de coisas que realmente gostaria.

Talvez amanhã eu lembre de mais alguma coisa que poderia ter escrito hoje...  talvez não...




sábado, 2 de junho de 2012

Semelhanças entre mãe e filha



Esta semana uma colega de trabalho conheceu a minha filha e disse que ela era parecida comigo. Acho que ela estava se referindo a alguma semelhança física e talvez ao jeito de falar, aos gostos em comum e ao tipo de humor, mas depois eu fiquei pensando em que aspectos eu e a minha filha realmente somos parecidas... Temos algumas semelhanças sim; ela “herdou” de mim algumas qualidades e alguns defeitos.

Escrevi a palavra herdou entre aspas porque acho que as coisas que temos em comum não são herança biológica, mas sim fruto da nossa convivência; algumas coisas que eu ensinei com palavras e outras que ela cresceu me vendo fazer e demonstrando na minha postura pessoal; outras coisas que ela não aprendeu porque eu não soube ensinar nem mostrar como fazer.

Ela é muito solidária: ela não tem nenhuma dificuldade em ajudar as pessoas doando ou emprestando suas coisas ou fazendo alguma coisa por elas. Ela se sensibiliza com as dificuldades e sofrimentos dos outros, independente de serem pessoas que conhece ou não. Ela não tem preconceitos nem diferencia pessoas por suas posses. Adoro quando ela diz coisas do tipo: “o cara pensou que eu ia me interessar por ele porque tem um carro de luxo? Não tô nem aí se um cara tem carro ou anda de ônibus!”

Também temos semelhanças quanto à ausência de algumas qualidades: ela não sente prazer em fazer faxina, não gosta da maioria das verduras e legumes e não é fascinada por leitura. Eu vejo todas estas coisas como importantes, mas não consegui transmitir à minha filha porque são qualidades que também não tenho. Como se ensina o que não sabe? Como se dá o que não tem? Queria ter me saído melhor como mãe em alguns aspectos, mas tenho consciência que fiz o melhor que pude, com a maturidade e experiência que tinha.

Ser mãe nos traz muitas preocupações e responsabilidades, mas não nos dá nenhum poder mágico de nos transformar em mulheres perfeitas de um dia para o outro. Vamos nos esforçando pra dar conta, vamos aprendendo à cada dia e melhorando com o tempo, mas sempre vamos ter limitações.

O importante é querermos sempre melhorar, por nós mesmas e por nossos filhos, porque toda contribuição que pudermos dar para que sejam pessoas melhores vai ajudá-los a ter um futuro melhor e a serem mais felizes.


domingo, 8 de abril de 2012

A hora de desistir

Um dia desses eu li uma frase que me causou um grande impacto: “Desistir de tentar pode ser uma atitude inteligente.”

O meu primeiro pensamento foi: como assim? Um incentivo à desistência? Esta frase vai contra os milhares de livros de auto-ajuda e frases motivacionais que dizem que nunca devemos desistir; que quem luta com vontade sempre alcança o que deseja; que nenhum sonho é impossível...

É claro que quem utiliza estas frases de incentivo está coberto de boas intenções, quer apoiar alguém a lutar, a se empenhar para atingir seus objetivos. Muito louvável! Mas será que a esperança realmente não morre nunca? Será que acreditar indefinitamente que alguma coisa vai acontecer ou alguém vai mudar realmente vale à pena?

Tentar sim; ter esperança sim; mas por quanto tempo? Quantos meses ou anos de uma vida devem ser consumidos lutando por alguma coisa que nunca vai acontecer?

Eu sempre fui destas pessoas que sempre acha que tudo vai dar certo (mesmo quando demora muito) mas agora, mais experiente, eu também vejo o outro lado: nem tudo é possível! Nem todo mundo muda (às vezes a pessoa nem quer mudar, apenas nós queremos que ela mude!). Algumas coisas realmente não vão acontecer e não vai mudar nada a gente ficar anos investindo e tendo esperança.

Mas o mais difícil é saber a hora de desistir. Qual é o tempo máximo que devemos investir antes de bater em retirada? Quantas decepções devemos aguentar antes de enxergar que não tem jeito?

Eu já perdi muito tempo persistindo em um trabalho, me dedicando, investindo tempo e dinheiro, acreditando que ia acabar valendo à pena. Já perdi alguns anos acreditando em relacionamentos onde só eu investia e só eu realmente queria. Muitas vezes outras pessoas enxergavam que eu estava investindo o meu tempo e a minha dedicação à toa, mas eu não estava pronta pra enxergar isto.

Estes anos mal investidos não voltam, só servem para nos fazer enxergar que a esperança tem que ter limite!

Nós precisamos conseguir analisar se realmente existem chances de sucesso numa batalha. Investir indefinidamente, ilimitadamente, é prova de persistência, mas também pode ser ingenuidade ou teimosia.

Se alguém trabalha duramente há anos numa empresa, recebendo um salário muito aquém do que merece, e vendo outras pessoas (ou nenhuma) tendo oportunidades, até quando vai continuar esperando? Desiste! Começa a procurar uma empresa que reconheça o teu mérito e esteja disposta a te recompensar pela tua dedicação.

Se está num relacionamento onde já teve que perdoar várias vezes e a pessoa volta a cometer os mesmos erros? Desiste, esta pessoa não está mudando e só vai continuar te fazendo infeliz.

Não sou uma pessoa derrotista, só quero dizer que a gente deve lutar sim, mas de olhos abertos.

A gente deve tentar, investir, esperar, lutar, mas até um certo ponto. A gente tem o direito de desistir sim, e não tem nada de errado nisto. Desistir do que nos faz sofrer ou do que nunca vamos poder alcançar é uma atitude madura de alguém que quer ser feliz.

A nossa vida é muito preciosa pra desperdiçarmos longos períodos com batalhas inúteis.

 

 

segunda-feira, 12 de março de 2012

O importante é vencer?

Com a proximidade das Olimpíadas de Londres vários canais têm mostrado cenas de Olimpíadas passadas, grandes jogos, participações do Brasil, etc...

Hoje vi uma cena que me chamou muito a atenção: a seleção brasileira de vôlei masculino no pódium recebendo medalha de prata com uma expressão de abatimento e tristeza estampada nos rostos. Eu fiquei pensando: por quê? Por que não ficar feliz por ter conseguido ficar em segundo lugar, tendo sido a melhor seleção, exceto uma? 

Discordo totalmente de uma frase do Ayrton Senna: “O importante é ganhar tudo e sempre. Essa coisa de que o importante é competir é pura demagogia”.

É bom vencer, mas as pessoas às vezes dão uma dimensão exagerada à necessidade de ser “o melhor”. Esta busca desmedida pela vitória traz muito mais sofrimento do que alegrias, afinal apenas um vence. 

Um dia destes vi uma pequena parte de um programa na TV (não conseguiria continuar assistindo!). O programa mostra meninas de 5 ou 6 anos sendo preparadas para serem pequenas misses. As meninas passam horas cuidando do cabelo, maquiagem, ensaiando o desfile e tendo as mães ao seu redor; as elogiando e incutindo nelas o pensamento de que vão ganhar o concurso, porque são as mais bonitas. Era deprimente ver as meninas perdendo suas infâncias para serem moldadas para vencer. O que vai acontecer com a única que ganhar o concurso? Vai se sentir a mais bonita, a rainha da beleza, a que está acima de todas as outras. E o que vai acontecer com todas as outras? Vão sentir o gosto da derrota e ver nos rostos das suas mães o quanto estão decepcionadas. E para quê tudo isto? Por quê uma mulher que venceu o concurso de rainha do bairro, da cidade, da região e do estado se sente perdedora se ficar em segundo no miss Brasil? Todas as outras vitórias deixaram de ter valor?

No futebol não é absurdo que o primeiro lugar da série B é aclamado e comemora, enquanto os últimos colocados da série A se sentem fracassados? Mas os últimos colocados da série A não são (a princípio) melhores do que os primeiros colocados da série B?

Eu acho que os pais devem cuidar muito para não estimular nos filhos o gosto exagerado pela competição e a necessidade de ficar em primeiro lugar, pois é muito mais provável que estejam criando filhos que vão se sentir derrotados do que vencedores. 

Os pais querem sempre estimular os filhos para que se dediquem, busquem sempre se superar e acreditem em si, mas eles não precisam condicionar a sua felicidade ao fato de superar a todos os outros. Estimulem para buscarem o sucesso, mas não necessariamente para ser melhor do que os outros, até porque ninguém vai ganhar sempre. 

Eu gosto de ver em finais de partidas de vários esportes, competições de ginástica, festivais de músicas, quando os adversários se cumprimentam e parabenizam (sinceramente) aquele que o venceu: não por falsa cordialidade, mas por sincera admiração; por entenderem que naquele momento o outro esteve melhor e merece ser reconhecido por isto. 

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Teoria do Otimismo

Eu tenho uma amiga bonita, inteligente, engraçada, mas muito pessimista.

Antes mesmo de fazer as provas, ela já diz que vai rodar (e até agora sempre foi aprovada!)

Eu sou o oposto; sempre penso na possibilidade mais agradável, sempre acho que tudo vai dar certo.

Um dia eu disse que ela não podia ser tão pessimista e ela ainda defendeu a sua teoria: “eu já saio esperando pelo pior: se acontecer alguma coisa boa, vou ter uma surpresa agradável, mas se der tudo errado, eu não vou me decepcionar!”

Eu poderia falar pra ela da Lei da Atração, que diz que a gente atrai o que a gente pensa, mas vou optar por uma teoria minha mesmo: simples, prática e lógica:

Veja bem:

- se a pessoa pensa que algo vai dar errado e depois dá certo: sofreu à toa, pensando em uma coisa negativa que nem ia acontecer.

- se pensa que algo vai dar errado e a previsão se confirma: perdeu a chance de pelo menos passar um tempo bem, e começou a sofrer antes da hora.

- se pensa que vai dar certo e dá errado: aproveitou um tempo feliz e estava mais forte quando teve uma decepção (portanto vai enfrentar melhor o problema).

- se pensa que vai dar certo e o resultado é positivo: já começou a ser feliz antes mesmo de ter um motivo real pra comemorar. Perfeito: só alegria!

Então: não está claro que é melhor pensar de forma positiva?

Prever coisas negativas antes de acontecerem é sofrer por antecipação e muitas vezes sofrer sem necessidade. E pra quê? Sofrer, só em último caso, quando tiver um motivo real! Fora isto, a gente tem que passar o máximo de tempo bem (pro nosso próprio bem!)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Gente sem noção – O médico diferente

 
É interessante como algumas características são tão comuns entre determinados profissionais que já imaginamos que todos são mais ou menos iguais. Todos os médicos que eu já tinha consultado eram tranqüilos, falavam baixo e devagar e faziam várias perguntas antes de expressar qualquer tipo de opinião. Surpresa: nem todos são assim!

Ontem fui consultar um traumatologista. Meu objetivo era simples: só queria uma requisição para uma ressonância para descobrir exatamente o que me causa tanta dor nas costas e assim poder buscar o tratamento mais eficaz.

Quando cheguei ao consultório cada frase que o médico falava (do jeito que falava) era uma surpresa. O cara falava muito rápido e alto e ia deduzindo coisas que eu não tinha dito.
Eu sentia como se ele estivesse me criticando por alguma coisa que eu não tinha feito; eu ficava esperando ele parar um pouco de falar pra dar as informações que ele não estava me pedindo. Foi mais ou menos assim:

- Ele: O que te traz aqui? Andou caindo, se machucando...?
- Eu: Não, não me machuquei, mas tenho uma dor na lombar que já dura uns 9 meses.

E aí começa a conversa estranha:

- Ele: pois é, mas sem exames eu não posso saber o motivo da tua dor (eu não tinha dito que não queria fazer exames!). Mostra aí onde dói. Eu levantei e mostrei o meio das costas, na altura da cintura.
Ele perguntou se a dor se estendia para as pernas e eu disse que não, que ela ficava só naquele ponto e principalmente quando eu ficava em pé e/ou caminhava.
- Ele: é como eu te disse, tem que fazer pelo menos um raio X!
- Eu: há uns dois meses eu fui num atendimento traumatológico de urgência e fiz várias radiografias.
- Ele animado: E trouxe os exames?
- Eu: Não, o médico não me entregou.
- Ele (com cara de quem ia me mandar embora imediatamente e só voltar com os exames): Então como é que eu vou adivinhar o que apareceu na radiografia?
- Eu (pacientemente como quem fala com uma criança pequena ou um adulto sem noção): O médico me mostrou os exames e me explicou que os espaços entre as minhas últimas vértebras estavam menores do que os espaços entre as outras.
- Ele (como se tivesse feito uma grande descoberta): Ah ta! Então é desgaste! Se os espaços estão menores é desgaste!
- Eu (pensando que ele tava me chamando de velha): Só desgaste? Não pode ser alguma outra coisa?
- Ele (me interrompendo): O que ele mandou tu fazer?
- Eu: Ele disse pra eu fazer 30 sessões de fisioterapia e se não resolvesse era pra eu voltar pra fazer outros exames. Mas não seria melhor já ter feito outros exames? Eu não cheguei a fazer fisioterapia...
- Ele (encerrando a questão): Não! Se o raio x mostrou que é desgaste qualquer exame vai mostrar a mesma coisa! E não vai curar se tu não fizer nada... e não adianta só se encher de remédio (como se eu tivesse pedindo receita de medicamento)
- Eu, interrompendo a frase dele, calmamente: eu evito ao máximo tomar remédios. E não fiz fisioterapia mas fiz 8 sessões de acupuntura. Até sentia um certo alívio no dia seguinte mas depois voltava a dor. Eu achei melhor parar um pouco, fazer outro exame e ter uma orientação de qual o melhor tratamento.
- Ele: Mas 8 sessões é muito pouco! Tem muito tratamento bom! Eu gosto de Pilates, fisioterapia tradicional, acupuntura, hidroginástica... Mas nada vai resolver em 8 sessões! E cirurgia pra colocação de placas e pinos de metal é só em último caso! (como se eu tivesse pedindo pra ele me operar!)
- Eu: Não, mas eu não quero nem pensar em cirurgia! Eu posso fazer qualquer destes tratamentos, mas eu pensei que seria melhor eu ter um exame pra levar para o fisioterapeuta poder indicar o melhor tratamento para o meu caso.
- Ele: Ah, mas tu vai levar o exame! (começou a rabiscar num formulário com uma letra que eu não entendia; pelo menos na letra ele era igual à maioria dos médicos!). Este exame é o melhor que existe: a ressonância magnética. Ainda não inventaram nenhum exame mais completo e nem sei se vão inventar.
- Eu só ri pensando: ele não sabe que a medicina ta sempre evoluindo? Com certeza ainda vão inventar exames ainda melhores, mas nem quis puxar mais nenhum assunto...

Levantei e fui pra porta rapidamente, tendo em mãos aquilo que eu fui buscar: a requisição do exame. Mas precisava ter me torturado tanto?

Parecia que era uma daquelas pegadinhas que alguém nada a ver assume a posição de um profissional e vai dizendo absurdos pra testar a reação das pessoas. O pior é que não era pegadinha!
Eu saí rindo sozinha, lembrando que sempre que alguém me diz: “eu morro e não vejo tudo” eu respondo: “eu morro e não vejo nem metade!

domingo, 15 de janeiro de 2012

Maravilhas do corpo humano



Esta semana em uma churrascaria, depois de uma refeição maravilhosa, o meu colega suspirou e disse: “eu só lamento por ter apenas um estômago; se tivesse dois comeria mais!”.
Eu fico pensando na maravilha que é o corpo humano. Tudo bem que se tivéssemos dois estômagos prolongaríamos por mais tempo o prazer de comer, mas provavelmente isto não seria bom pra nossa saúde e nem pra nossa aparência. Talvez seja melhor assim.

E tem várias outras coisas no nosso corpo que são perfeitas: já pensou se as mãos fossem nas pernas e os pés fossem nos braços? Provavelmente até conseguiríamos andar (afinal os pés dos macacos parecem muito com mãos), mas como seriam os nossos sapatos? Imagina uma sandália de festa, de salto alto, com aqueles dedos enormes? E como a gente iria segurar os talheres, cozinhar ou fazer a maquiagem com os pés? (já vi casos de pessoas que conseguem, mas deve ser muito difícil).

Mas já que temos dois pulmões e dois rins, talvez fosse bom termos dois corações, afinal é um órgão pra lá de vital. O segundo podia ficar de reserva: caso um ficasse doente seria desativado e o outro assumiria a função e poderíamos até doar um deles em vida se alguém perdesse os seus dois.

E como é incrível o fato das digitais e DNA serem únicos, apesar da população mundial não parar de aumentar.

Também é legal termos uma orelha de cada lado da cabeça, porque facilita e amplia a nossa capacidade de audição; mas porque será que os dois olhos ficam lado a lado? Não seria melhor um na frente e outro atrás da cabeça? Talvez a pessoa ficasse meio confusa com tantas imagens, mas a gente ia poder andar de frente e de costas!

Outra coisa legal é o comprimento dos braços! Tu já te deu conta que os nossos braços alcançam perfeitamente até onde precisam alcançar? Não? Na próxima vez que tu fores ao banheiro, imagina como seria se os teus braços terminassem nos cotovelos.

O corpo humano é maravilhoso!


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O final de um ano e o início de outro


Desde os últimos dias de dezembro eu tenho pensado que gostaria de escrever alguma coisa sobre o final de 2011 e o início de 2012.

Não sabia o que dizer de diferente, entre tantas coisas legais que tanta gente tem escrito. 

Focar no ano que terminou? Botar na balança o que foi bom e o que não foi? Falar sobre o ano novo? Traçar metas? 

O mais comum na virada do ano é eleger desafios pessoais, prometer fazer coisas que já prometeu várias vezes e nunca cumpriu; conceder a si mesmo um ano inteiro de tempo pra começar a fazer (ou deixar de fazer) alguma coisa que já devia ter feito (ou deixado de fazer) há muito tempo. 

Desta vez não vou fazer isto!

2011 foi muito bom! Tive saúde, trabalho e a sorte de conviver em paz e com alegria com minha família e amigos. Nada de grave aconteceu com nenhum de nós; minha família se manteve unida, troquei de empresa e me mantive sempre trabalhando e gostando do que faço; fiz novos amigos, comecei o curso de inglês que eu adiava há alguns anos, fiz a minha primeira tatuagem, me cadastrei como doadora de medula óssea... não cheguei a fazer a viagem que eu queria, mas comecei uma poupança, o que me deixa muito mais perto de realizar este desejo. Aproveitei mais o meu tempo livre, saí mais, me diverti mais...

Pra que colocar várias situações numa balança, se é visível que tive muito mais situações positivas do que negativas?

Pra que criar promessas pra cumprir em 2012, se as coisas que eu preciso eu já comecei a fazer? Já procurei um médico e estou melhorando a qualidade da minha alimentação (e emagrecendo!); já estou experimentando tratamentos e procurando a solução pra minha dor nas costas; já estou cuidando mais de mim, em todos os sentidos!

Pedir alguma coisa à Deus? Só que me permita permanecer com o que eu já tenho! Só reforçar o que eu já peço à Ele diariamente: vida, saúde e proteção pra mim, pra minha filha e pra minha mãe. 

Com vida, saúde e família, eu sou forte pra trabalhar e ganhar o meu sustento; eu tenho disposição e motivação pra buscar crescimento pessoal, intelectual e espiritual; eu tenho vontade de melhorar sempre e de alguma forma contribuir pra que a vida das outras pessoas também seja um pouco melhor.

O que eu desejo pra todas as pessoas é isto: vida, saúde e proteção; que tenham força pra buscar o que lhes falta, sensibilidade pra querer o melhor pra todo mundo; que conduzam suas vidas com alegria, valorizando e agradecendo por tudo o que já possuem; que sejam solidárias e felizes.

Feliz 2012 pra todos nós!