terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Último dia do ano



Hoje é o 31º dia do 12º mês do ano de 2013.

Eu estava pensando como o fato de ser o último dia do ano faz o dia 31 de dezembro ser um dia especial, comemorado por todos.

Já pensou se a gente não dividisse o tempo em meses e em anos? Como seria se a gente contasse o passar do tempo apenas em dias?

Duas mães conversando numa pracinha:
- qual a idade do seu filho?
- 1907 dias, e o seu?
- vai completar 2190 no sábado!

A adolescente falando com as amigas: Nem acredito que tá chegando a minha festa de 5475 dias!

O gurizão não consegue comprar cerveja no supermercado e escuta do rapaz do caixa: desculpa, mas não posso vender bebida alcoólica pra menor de 6570 dias!

Seria bem estranho, né? Acho que é melhor assim como está!

De qualquer forma, desejo que os próximos 365 dias das nossas vidas seja de saúde, trabalho, família, amigos e muitas alegrias.

Feliz 2014 a todos!!!


domingo, 22 de dezembro de 2013

Vários ângulos da mesma realidade



Normalmente dizemos que uma pessoa é “do contra” quando a posição dela sempre é oposta à dos outros. 

Eu não penso diferente de todo mundo, mas o meu cérebro me permite ver vários lados de uma mesma situação. Uma mesma realidade pode ser vista de vários ângulos diferentes e verdadeiros.

Vou tentar explicar.

Alguém diz que não dá dinheiro para quem está pedindo na rua porque não resolve o problema. Concordo que não resolve. Mas também vejo que se alguém está com fome, o dinheiro pode pelo menos ajudar a resolver a necessidade mais urgente dela que é comer. O ideal seria dar um emprego, para depois de algum tempo a pessoa conseguir um lugar para morar e poder se manter alimentada e saudável, mas eu não tenho um emprego para oferecer e mesmo que tivesse, ela não poderia esperar tanto para comer.

Alguém é contra o divórcio de um casal que tem filhos porque é importante que os filhos morem junto com a mãe e com o pai. Concordo que o ideal seja pais e filhos morando juntos. Mas também é verdade que um relacionamento de casal às vezes não pode se manter (por falta de amor, por necessidades incompatíveis, por decepções ou até por um dos dois vir a se apaixonar por outra pessoa). Existem situações em que o relacionamento do casal precisa acabar e o fato de terem filhos não pode mantê-los juntos (e nem seria bom para os filhos conviverem com pessoas que não estão felizes juntas).

A realidade sempre é complexa, mas algumas pessoas são radicalmente defensoras de apenas um lado da verdade e desprezam as opiniões diferentes.

As nossas experiências, as coisas que a gente acredita, a nossa índole, a nossa educação... tudo isto varia de pessoa pra pessoa, e interfere na formação da opinião de cada um. 

Conclusão? A gente tem que respeitar as opiniões dos outros, porque cada um valoriza mais o lado da verdade que pra ele faz mais sentido. 


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Troféu constrangimento do ano



Quando um grupo de colegas de trabalho se reúne, sempre tem alguém para lembrar algum momento de muito constrangimento pelo qual já passaram. 

Esta história eu não presenciei, mas me pediram pra contar. 

Aconteceu quando uma empresa recebeu a visita de uma gerente de outro estado que veio discutir com eles alguns projetos. Em torno da mesa de reunião, estavam sentados dois rapazes, duas moças e a visitante. A reunião corria bem até que de repente os botões da camisa da convidada se abriram e ela nem percebeu (por sorte ela vestia um corpete por baixo). As moças não sabiam como contar para ela discretamente. Os rapazes que estavam sentados em frente a ela não sabiam o que fazer; tentavam desviar o olhar, mas, sem querer, seus olhos acabavam sempre voltando para aqueles botões escancarados. Assim que puderam, os dois inventaram uma desculpa para sair da sala e as meninas avisaram a convidada que sua camisa estava aberta. Ela ficou envergonhada, mas fechou os botões e continuou com o trabalho. 

Ainda sem saber se as meninas tinham tomado alguma atitude, um dos rapazes teve uma idéia: mandou um chat para o computador da colega dizendo: “diz pra velha que os peitos dela estão de fora”. Aí é que a situação ficou pior! Ele não sabia que enquanto estava fora da sala a convidada havia mudado de lugar e sentado ao lado da colega dele, para analisar com ela alguns dados no notebook. De repente abre a janela do chat enquanto as duas olhavam para a tela. Com certeza a visitante leu aquela mensagem tão pouco delicada. A moça ficou clicando desesperadamente na janela tentando fechar a mensagem, mas não conseguiu ser rápida o suficiente para evitar que a outra lesse. Constrangimento total! Nem a visita e nem as meninas tocaram no assunto de tanta vergonha que sentiram. 

Assim que a senhora foi embora o ocorrido foi finamente divulgado a todos, que riram muito e até hoje lembram a vergonha que passaram. 

Como de toda situação negativa sempre se tira algum aprendizado, neste dia todos descobriram a importância de ter muito cuidado com as mensagens que enviam por chat, principalmente em ambiente de trabalho.

sábado, 26 de outubro de 2013

A perda irreparável da minha sombrinha




Quarta-feira choveu muito no final da tarde; praticamente uma tempestade! Cheguei em casa bem molhada, mas teria sido pior sem a minha sombrinha, companheira de um ano. É difícil uma sombrinha durar um ano, normalmente elas quebram ou são perdidas em alguns meses, mas a minha durou. Eu cuidava bem dela, porque ela era especial pra mim, eu comprei em Lucerna, na Suíça. 

A sombrinha era comum, da mesma qualidade das sombrinhas do Brasil; era vermelha e tinha o nome de várias cidades da Suíça escritas com letras brancas. Os turistas chegam na Suíça e só pensam em comprar duas coisas: relógios (que poucos podem comprar) e chocolates (que compram em grande quantidade); quando estivemos lá, além de muito chocolate, quase todos do grupo compraram sombrinhas, porque estava chovendo bastante.

Mas, voltando à narração da perda, na quinta-feira não estava chovendo, mas mesmo assim decidi levar a sombrinha comigo para o caso de chover de novo. Eu estava segurando na mesma mão as alças da minha bolsa e a cordinha da sombrinha. Quando subi no ônibus lotado, fui direto para a roleta; quando eu estava passando percebi que a sombrinha tinha sumido! Na minha mão só restaram as alças da bolsa e a cordinha, presa naquela pecinha de plástico de segurar. Olhei para o chão do ônibus mas não vi nada vermelho (acho que ela caiu na rua, no momento em que eu subia no ônibus). Me senti meio ridícula segurando aquela cordinha! Na hora lembrei daquele personagem humorístico que caminhava pela rua puxando uma corda e falando com um cachorro que não existia. 

Eu fico pensando: por que eu não carreguei a sombrinha dentro da bolsa? Bom agora é tarde, não adianta chorar pela sombrinha perdida. Vão-se as sombrinhas, ficam as cordinhas.


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Conversando com os animais



Hoje cedo quando eu estava esperando o ônibus, vi uma mulher saindo de um edifício com um cachorro. Ela tentava prender a guia na coleira do cachorro, mas cada vez que se aproximava o cachorro se afastava e ela dizia “espera!”. Depois de três tentativas frustradas a mulher diz pro cachorro: “Max, será que tu não entende o que é espera?” Eu pensei: claro que não, ele é um cachorro! Porque ela estava tão surpresa ao ver que o cachorro não entende uma palavra do vocabulário dos humanos? Afinal, ele é um cachorro! O “idioma” dele é completamente diferente do nosso! Por acaso ela entende quando ele late?

Na hora lembrei de um vídeo que assisti ontem, onde um repórter entrevista duas mulheres que tiveram a galinha de estimação roubada. Uma delas contou que a galinha era muito inteligente, que quando ela perguntava pra galinha “Cadê a princesinha da mamãe?” a galinha respondia “cócócócó”.  E o que a galinha ia fazer se não fosse inteligente? Ia relinchar? Galinha só sabe “dizer” cócócócó!

Muitos donos se apegam tanto aos animais que vêem neles características humanas; como a minha amiga que diz que a cadelinha dela adora passear de carro, que ela fica na janela “rindo pra todo mundo” (ela é bem simpática mesmo!) 

Pensando bem, se eu tivesse um bicho de estimação, provavelmente também falaria com ele! Não que eu achasse realmente que ele estava entendendo o que eu falava, mas só por instinto de comunicação. 

Isto é maluquice? Não!

É solidão? Não! (bom, às vezes até é, mas nem sempre).

Isto é comunicação (e amor).


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Bebê salva vidas




Sabe quando a gente vê uma cena e vem uma palavra ou expressão na nossa cabeça? Esta semana aconteceu isto comigo.  

A  minha filha completou 25 anos, e a madrinha dela nos enviou um vídeo onde ela aparece dançando e batendo palmas, com 1 ano e 11 meses. Era uma festinha de aniversário com o tema de circo e ela estava vestida de palhacinha. Num certo momento a câmera desvia um pouco dela e filma uma mesa onde estávamos sentados o meu pai, a minha mãe e eu; os três olhando encantados pra nossa criança tão amada. Quando assisti ao vídeo me emocionei por ver a minha filha tão pequena e o meu pai, que faleceu quando ela tinha 3 anos. E qual foi a expressão que veio à minha cabeça neste momento? Esta criança salvou as nossas vidas!


Quando ela tinha seis meses de vida, o meu único irmão, que na época tinha 28 anos, faleceu em um acidente de carro. A dor desta perda tão inesperada e prematura foi imensa! Nesta hora chega a dar vontade de morrer também; a gente perde a vontade de levantar da cama, de se alimentar, de fazer qualquer coisa. Mas a gente tinha um bebê em casa, totalmente dependente de nós e tínhamos que levantar todos os dias, alimentar, trocar fraldas, dar banho... levar na pracinha, dar atenção, dar e receber carinho.


Se não fosse ela eu não sei como teríamos passado por aquele momento tão triste. Aos poucos ela foi nos emocionando com suas primeiras palavras, primeiros passos; foi ocupando o nosso tempo e nossa atenção com os cuidados com ela e sem saber ela foi cuidando de nós também. 

Uma pessoa não substitui outra, mas ela tornou um pouco mais raso aquele buraco imenso e escuro que se abriu nas nossas vidas.

O nosso bebê nos salvou, porque nos devolveu a alegria e a vontade de viver.

Obrigada, pai do céu, por este presente!



domingo, 8 de setembro de 2013

Sonho não sonhado




Algumas pessoas desde cedo sonham com alguma coisa: ser modelo, jogador de futebol, cantor... escrever um livro, fazer uma viagem, abrir uma empresa...

Muitos se esforçam e realizam os seus sonhos, outros com o passar do tempo vão descobrindo outros interesses e esquecendo aquilo que queriam tanto.

Mas também acontece o inesperado: uma menina que nunca pensou em ser modelo pode estar passeando no shopping, ser convidada para fazer umas fotos e começar uma carreira; um menino jogando bola na rua com os amigos pode ser descoberto pelo olheiro de um grande time; um amigo propondo um novo negócio pode ser o início de uma empresa de sucesso. Uma oportunidade pode aparecer quando a gente menos espera e se tornar uma coisa boa na nossa vida.

Este é o sonho não sonhado: uma coisa muito boa, que talvez seja o sonho de muitos, simplesmente acontece pra quem nunca sonhou com ela.

Não quer dizer que esta oportunidade vai se transformar em sucesso sem muito esforço e dedicação, apenas que coisas boas podem acontecer sem que a tenhamos planejado.

Podemos ter talentos que ainda não conhecemos, podemos ter aptidões para fazer coisas que só vamos descobrir quando tentarmos algo diferente.

Podemos desistir de alguns sonhos antigos e realizar um sonho nunca sonhado.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Suicídio




Sexta-feira passada, no início da tarde, uma notícia mexeu muito comigo. Uma moça de 34 anos pulou do 22º andar de um prédio no centro da cidade. 

Um suicídio é sempre muito triste. O que leva uma pessoa a decidir acabar com a sua vida? Que sofrimento tão grande e que absoluta falta de esperança leva alguém a não querer mais viver? Será que perdeu um ente querido? Descobriu uma doença incurável? Perdeu tudo que tinha? Será que foi um conjunto de problemas tão graves que ela não viu mais saída?

A única certeza é a de que nenhuma pessoa feliz decide se matar. 

Pra quem gostava desta pessoa a dor é muito grande. Independente de tudo que tenha acontecido antes, com certeza estas pessoas se perguntam se podiam ter dito ou feito mais alguma coisa pra que esta decisão não chegasse a ser tomada, mas a dor só piora ao pensar que agora não podem fazer mais nada.

Eu já tive um amigo que cometeu suicídio. A vida dele cruzou com o vício na adolescência e ele passou muitos anos lutando contra as drogas; perdeu a saúde e chegou a perder a liberdade mais de uma vez. De repente se levantava, procurava ajuda em grupos de reabilitação, conseguia ficar longos períodos “limpo”, mas sentia uma tristeza profunda ao ver o quanto desperdiçou a sua vida e muita culpa por ter feito a família e amigos sofrerem; o peso era difícil de carregar e períodos de força e esperança acabavam em recaídas e mais dor. Infelizmente chegou um momento em que ele desistiu da batalha. Que pena.

Algumas pessoas têm posições definidas sobre o assunto: alguns acham que precisa ter muita coragem para acabar com a própria vida; outros dizem que ao invés de enfrentar os problemas o suicida foge e procura a saída “mais fácil”.  Eu não consigo ter nenhuma destas certezas, apenas fico triste. 




quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Cada um por todos




Nas últimas semanas muitas das notícias que li e das histórias que escutei me levaram a pensar em como a vida é frágil.

Eu sei que muitas pessoas sobrevivem a tragédias e doenças graves, mas também vemos tantas vidas se perderem por motivos tão banais. Uma bactéria pode matar uma pessoa!  Um momento de distração ao atravessar uma rua, um cochilo dirigindo um carro, uma bala perdida... Um detalhe pode virar uma vida do avesso ou acabar com ela definitivamente.

A vida é tão preciosa e pode se esvair em segundos.

A gente precisa se cuidar! Não digo apenas cada um cuidar de si mesmo, mas cada um cuidar de todo mundo. Por que não? Algumas pessoas gostam de dizer que não se metem na vida dos outros, mas que mal teria “se meter” pra ajudar? 

No dia da greve dos ônibus eu estava na parada esperando a carona de um colega e um homem que não me conhecia passou por mim e me avisou que não tinha ônibus. Eu adorei! Ele se preocupou comigo sem nem me conhecer! Eu acho bonito quando alguém diz para um motorista que a porta do seu carro não está bem fechada ou quando uma pessoa avisa quem passa que o chão está escorregadio. É assim que tem que ser! Somos frágeis, mas podemos ficar mais fortes e mais seguros com a ajuda dos outros.

A gente pede pra quem a gente gosta se cuidar, mas não seria ótimo se todas as pessoas estivessem interessadas em protegê-los? Se todos cuidassem de todos, não estaríamos mais seguros?

Chega de “cada um por si”, vamos passar logo pro "cada um por todos".


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Marcha dos Canhotos





Eu sou destra, mas se eu fosse canhota eu não participaria de um movimento chamado "Marcha dos Canhotos". Eu nunca ouvi falar de um movimento promovido por canhotos, mas sei que há anos atrás eles eram discriminados. Eu pensei nisto porque cada vez tem mais movimentos de grupos com uma determinada característica e que sofrem preconceito.

Eu não participaria de uma passeata que enaltecesse os baixinhos, morenos ou destros, embora eu seja baixinha, morena e destra.

Também não participaria de um evento chamado "Orgulho Hétero", porque eu não tenho orgulho de ser hétero, apenas sou, não vejo motivo para orgulho.

Não gosto destes eventos que exaltam uma determinada característica de um grupo de pessoas, como se quem possuísse esta característica fosse superior à quem não possui.

Os defensores destes movimentos alegam que o objetivo é a conscientização dos preconceituosos, a exigência de serem tratados com respeito e até melhorar a própria autoestima. Mas será que funciona?

Da minha parte, eu acho que quem possui qualquer tipo de preconceito, seja de raça, religião, orientação sexual, ou qualquer outro, sofre de alguma deficiência intelectual ou emocional.

Mas falando em sofrer algum tipo de discriminação, muitos outros grupos poderiam se manifestar: os pobres, os obesos, os idosos, os que possuem alguma limitação física... 

Eu acho que a maioria das pessoas se encaixa em pelo menos um grupo que desperta o preconceito de alguém! Então, será que vale a pena separar pessoas em grupos? Não seria melhor juntar pessoas para estimular características que qualquer um pode ter e que são importantes para qualquer sociedade?

Que tal a Marcha dos Honestos, o Dia do Orgulho Solidário ou da Consciência Coletiva?

Para este tipo de evento pode me convidar que eu vou!







terça-feira, 28 de maio de 2013

Palavras aposentadas





Um dia destes eu vi um homem no ônibus carregando uma sacola de supermercado dizer que ia deixá-la no “assoalho” para não molhar o banco. Esta palavra me soou estranha, acho que não tenho ouvido muito ultimamente. Na hora comecei a pensar em quantas palavras a gente deixou de usar com o passar do tempo. Lembrei do dia em que a minha filha me olhou com cara de interrogação quando a minha mãe comentou que tinha escutado uma “anedota” no rádio. 

Nos dias que se seguiram comecei anotar palavras e expressões que caíram em desuso e que se tu tiveres menos de 40 anos pode nunca ter escutado.

A lista de palavras “aposentadas” ficou tão longa que cheguei a classificar em grupos:

- roupas de algumas décadas atrás: japona, calça boca de sino, blusa de gola olímpica, camiseta de física, pantalona, maiô de duas peças, cacharel.

- verbos que ninguém conjuga mais: datilografar, mimeografar, rebobinar, paquerar. 

- expressões que ficaram no tempo: tirar retrato, coar café, raspar as pernas, ler fotonovela, ouvir LP, reunião dançante.

Fiquei com uma sensação boa por ter descoberto uma vantagem de ficar mais madura: o nosso vocabulário é muito extenso!

E para aqueles que ficaram com dúvidas, sugiro que ao invés de pesquisar as palavras no Google aproveitem para conversar com a mãe, tia ou avó: elas vão gostar de explicar o que as palavras significam e com certeza vão ter algumas histórias bem interessantes pra contar.


domingo, 12 de maio de 2013

Lentes Coloridas




Quando eu era criança todo mundo que eu conhecia tinha televisão preto e branco. Quando as primeiras TVs em cores começaram a ser vendidas em Porto Alegre o preço era muito alto; as famílias começaram a sonhar com sua primeira TV colorida mas poucos tinham dinheiro pra comprar. 

Num belo dia o meu pai chegou em casa com uma tela de plástico duro de acoplar à televisão preto e branco para que ela “se tornasse” colorida. Na verdade a tela só tinha 3 cores: a parte superior era azul, a parte de baixo era verde e o centro era cor de rosa. Até parecia adequado quando a cena era de um dia de sol, com céu azul e as pessoas passeavam em um lindo gramado, mas de qualquer jeito todo o resto era rosa: pessoas, animais, prédios... mas a gente gostava. 

A vida da gente parece que muda de cor de acordo com o momento que estamos vivendo. Quando estamos muito felizes parece que tudo fica mais colorido e mais bonito. Quanto estamos muito tristes a vida fica cinzenta, parecendo um dia frio e nublado. Mas e o resto do tempo? O que acontece quando a vida está simplesmente seguindo seu curso, sem termos motivo para estarmos extremamente tristes e nem explodindo de alegria? Às vezes tenho a impressão que nos dias comuns as pessoas se deixam levar pela rotina e começam a ver a vida em tons pastéis; parece que o normal é chato e sem graça. Mas não precisa ser; a gente pode fingir que usa lentes coloridas e ver a vida mais bonita! 

As más notícias dos jornais, as dificuldades do dia-a-dia, as contas para pagar, o cansaço, as preocupações... Tudo isto nos rodeia diariamente, mas as coisas boas também estão por aí, bastando a gente prestar mais atenção nas situações positivas. Eu vejo muitos gestos de bondade e gentileza de pessoas em todos os lugares. Quando alguém oferece seu lugar no ônibus mesmo quando não está sentado nos bancos especiais, quando um motorista avisa para outro que a porta do seu carro não está bem fechada, quando alguém dá algo de comer para um morador de rua... Sempre que eu vejo um gesto de bondade eu lembro de pessoas que generalizam dizendo que hoje todas as pessoas são egoístas e interesseiras. Não são não! Não todas. 

Eu conheço muitas pessoas que fazem coisas por pura solidariedade. Pessoas que trabalham como voluntárias em hospitais, que coletam alimentos para quem precisa, que recolhem cachorros machucados da rua, que cuidam dos netos, que dão o que podem pra quem tem menos, enfim, pessoas que tentam de alguma forma ajudar alguém. 

A vida não é cor de rosa o tempo todo, mas podemos tentar enxergar as cores possíveis. Não se trata de fechar os olhos para as coisas negativas, mas de focar no lado bom da vida e das pessoas, de sermos otimistas e levarmos mais cores para a vida dos outros.




domingo, 5 de maio de 2013

Me ajude a escolher o título do meu livro


Comecei a escrever crônicas e publicar no meu blog em outubro de 2010.
Agora que já tenho material suficiente, resolvi publicar um livro.
Estou organizando o material, escrevendo a abertura e encerramento, mas não tenho o título nem a capa.

Escolhi alguns títulos e estou precisando da ajuda de quem gosta do que eu escrevo e já conhece alguns dos meus textos.
Acho que o título deve representar a essência do que eu escrevo (que tem tudo a ver com o meu jeito de ver a vida): mostrar para as pessoas que a gente pode ver graça nas coisas do dia-a-dia e que pode focar nosso olhar para o lado bom da vida e das pessoas.

Deixe no comentário a sua sugestão:

Foco no Positivo (que é o título de uma das crônicas)
Lentes coloridas (que significa ver a vida com um olhar mais positivo)
Meu jeito Dê ver a vida (que faria relação com o nome do Blog)
Meu Jeito Dê Ser
Outro nome (aceito sugestões)


Conto com a ajuda de vocês.


Obrigada!

domingo, 28 de abril de 2013

Coração triplex




Se a gente considerar o coração como o lugar onde “moram” as pessoas que gostamos, o meu coração seria como um apartamento triplex: o térreo é muito amplo e nele moram quase todas as pessoas que eu conheço mas não tenho uma relação muito próxima; todos são tratados com cordialidade e simpatia e só sai quem deixa de merecer a boa acolhida.

O primeiro andar é bem mais seletivo: trata-se de um espaço muito confortável e aconchegante, destinado à família e amigos especiais. Neste cômodo as pessoas só entram por grande afinidade e podem morar pra sempre usufruindo do meu carinho e atenção.

O último andar é a cobertura com vista panorâmica; o espaço é bem menor (até porque só é usada por uma pessoa de cada vez), mas o tratamento é o melhor possível. Este lugar é reservado para o chamado "amor romântico".  Não foram muitos os que já moraram na área VIP; alguns inquilinos freqüentaram por um tempo e depois abriram mão do privilégio, outros foram gentilmente convidados a se retirarem. Cada vez que alguém desocupa a área eu adoto o mesmo procedimento: primeiro o espaço fica fechado por um tempo (uma espécie de luto). Depois eu abro bem as janelas, deixo o ar e o sol entrarem e começo a lembrar o quanto o lugar é bonito; aos poucos começo a pensar na possibilidade do local ser novamente aproveitado. Apesar desse espaço ser tão bem cuidado, às vezes fica desabitado por algum tempo: um verdadeiro desperdício! Nestes períodos de desocupação a vida pode ficar meio sem graça, mas dá para ser feliz sem romance! A ausência de um relacionamento não traz necessariamente sofrimento, às vezes traz apenas uma espécie de tédio emocional.

De qualquer forma, acho que neste momento o meu coração não está tendo toda a ocupação que poderia! Com tanto “sem-teto” emocional por aí é até pecado eu ter um espaço ocioso no meu coração.

Talvez já esteja na hora de ocupar a cobertura. Vou começar a pensar nisto...






domingo, 21 de abril de 2013

Dois tipos de sorte





 Eu entendo que existem dois tipos de sorte: a primeira, quando uma coisa boa simplesmente “cai do céu”; eu vou chamar de “sorte gratuita”, Esta é a sorte no seu sentido literal, descrita no dicionário como “sucesso casual”. Neste caso a pessoa não faz nada para ganhar alguma coisa mas mesmo assim ela ganha. Alguém que sem querer pisa em um papel e descobre que é um bilhete de loteria premiado: a pessoa não comprou um bilhete nem se deu ao trabalho de escolher os números e simplesmente ganha uma fortuna. Outro exemplo é alguém que está caminhando em uma rua qualquer e ganha um carro zero quilômetros simplesmente porque foi a milionésima pessoa a passar em frente a uma determinada concessionária. 
É claro que nestas situações a pessoa se sentirá extremamente sortuda! 

Mas eu me sinto uma pessoa de sorte mesmo quando me esforço muito para alcançar alguma coisa e tenho sucesso. Ter um bom emprego é sorte ou merecimento? Fazer a viagem dos sonhos que foi totalmente paga por você mesma é sorte ou merecimento? Eu acho que as duas coisas.  

Este é o segundo tipo de sorte, que eu vou chamar de “sorte merecida”: você se esforça, se dedica ao máximo e consegue alcançar seu objetivo. Mas se existe esforço e merecimento por que é sorte? Porque nem todo mundo que merece e se esforça consegue. Muita gente trabalha duro a vida inteira e não consegue comprar a casa própria, ter um bom salário ou realizar qualquer outro sonho. Às vezes alguma dificuldade as impede: um problema de saúde ou familiar, falta de oportunidade, falta de apoio, falta de determinação, ou mesmo sem nenhum motivo evidente, simplesmente não acontece. 

A sorte gratuita é bem difícil de acontecer e por este motivo quem só acredita neste tipo de sorte pode ficar meio desanimado, mas lembrar que existe a sorte merecida torna a pessoa mais positiva e determinada.  

Se a pessoa realmente acreditar que pode alcançar seu objetivo ela vai se esforçar muito mais, e o esforço é um grande passo pra alcançar o que se quer.

De qualquer forma desejo sorte pra todos nós, afinal um pouquinho de sorte não faz mal pra ninguém.





domingo, 7 de abril de 2013

Três verbos: Entender, Aceitar e Tolerar




Cada pessoa tem o direito de fazer as suas escolhas e cabe aos outros decidirem como vão lidar com elas. O direito de escolha de um não obriga e nem garante a aprovação de outro.

As atitudes de uma pessoa sempre causam impacto em quem convive com ela, e quanto mais forte for a ligação, maior será o impacto de suas decisões e escolhas.

Quando uma pessoa de quem gostamos tem um comportamento com o qual não concordamos, passamos por uma situação difícil: tentamos entender seus motivos, mas nem sempre é fácil aceitar ou apoiar. Talvez entender seja a parte mais fácil, se levarmos em conta os sentimentos e as preferências da pessoa, mas aceitar não é tão fácil e normalmente tentamos conversar e argumentar para que mude.

Mas se não mudar? O que vamos fazer? Vamos nos afastar de quem gostamos porque não gostamos de suas escolhas?

Depende! Existem comportamentos como infidelidade ou violência doméstica que são considerados inaceitáveis pela maioria e em muitas vezes a única atitude possível é o afastamento. Existem outras atitudes que preferíamos que não tivessem ocorrido, mas que acabamos aceitando porque não temos como fazê-los voltar atrás e porque não chega a prejudicar tanto, como por exemplo um filho fazer uma tatuagem enorme ou perder um bom emprego. Apesar de não concordarmos, podemos aceitar.

Mas se alguém de quem gostamos muito, que possui muitas qualidades e de quem não cogitamos nos afastar faz escolhas que lhe fazem algum mal? Comportamentos que podem prejudicar sua saúde física ou emocional, fazer perder oportunidades ou até colocar em risco sua segurança? Como conviver com o que nos causa dor e preocupação? Aí vem o terceiro verbo: tolerar. Depois de pedir e argumentar muito, só podemos continuar convivendo com a pessoa (apesar de sofrer com sua escolha) e esperar; continuar ajudando e querendo tudo de melhor para ela, ao mesmo tempo que torcemos para que faça escolhas melhores para a sua vida.

É muito simplista alguém dizer que quem ama aceita cem por cento, mesmo não concordando. Às vezes o máximo que conseguimos é nos manter perto e tolerar o que não conseguimos concordar. Li uma frase com a qual concordo plenamente:



“Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor.”
-- Vladimir Maiakovski



terça-feira, 12 de março de 2013

Imprecisão




Hoje quando levantei tinha um bilhete da minha filha em cima da mesa: “Me liga pelas 8h pra me acordar”. Que hora é “pelas 8h”? Imaginei que queria dizer “em torno de 8 horas”, ou seja, minutos antes ou minutos depois das 8h; na dúvida liguei às 08h15m e como ela estava dormindo mesmo não fez a menor diferença.

O resultado deste bilhete foi que eu fiquei pensando como estes horários inexatos que a gente usa podem ter significado diferente de acordo com quem fala. Imagine a situação: duas amigas combinam de se encontrar em frente a um restaurante para almoçar às 13h; uma é pontual, mas a outra chega às 13h20h. A que chegou atrasada vai dizer que chegou “umas 13 e pouco”, já a que estava esperando no sol e roxa de fome vai dizer que a outra chegou “já era umas 13 e tanto”. Questão de ponto de vista.

Também varia muito a percepção que as pessoas têm da idade dos outros.

Eu acho muito engraçada a expressão “não aparenta”! O que? Tu tens 39? Não aparenta! Eu “te dava” no máximo uns 38! Como as pessoas podem ter uma imagem tão precisa de cada idade? Será que a diferença é tão grande entre quem tem 38 e quem tem 39? Eu não vejo diferença!

Eu tenho muita dificuldade em tentar adivinhar a idade de alguém. É tão complexo! As vezes pessoas da mesma idade são completamente diferentes! Pra não errar muito feio eu costumo deixar uma margem maior: ao invés de dizer que uma pessoa deve ter uns quarenta e dois anos eu uso um método que eu aprendi depois de muitos anos observando a maneira como as pessoas se expressam. É assim:

- quando eu acho que a pessoa tem entre 41 e 44 anos, eu digo que ela deve ter uns “40 e poucos” anos.

- quando eu acho que a pessoa tem entre 45 e 48 anos, eu digo que ela deve ter uns “40 e vários”;

E se alguém pergunta a minha idade? Acabei de fazer “40 e todos”!


sábado, 23 de fevereiro de 2013

Nem todo




 
É comum alguém dizer que “chega a doer no ouvido” escutar um erro gramatical. Até é desconfortável, mas sabe o que realmente me incomoda ouvir? Quando alguém generaliza! Ontem no ônibus eu escutei uma mulher dizer: “todo o ser humano é acomodado”! Como assim? Baseada em que pesquisa com todos os habitantes do mundo ela descobriu isto? Resposta: em nenhuma! Absolutamente nenhuma pesquisa até hoje abordou todos os atuais 7 bilhões de pessoas do planeta e se um dia uma pesquisa destas for feita eu duvido que em qualquer uma das perguntas a resposta seja a mesma para todos. Sabe por quê? As pessoas são diferentes; muito diferentes; tão diferentes que conseguem ser diferentes até de si mesmas em determinados momentos da sua vida.

Tem gente que conhece duas ou três pessoas de uma profissão, raça ou religião com uma característica em comum e passa a atribuir esta característica a todas as outras.
Não é porque alguém conhece 3 homens infiéis que pode sair dizendo nem ao menos que todos os homens da sua cidade traem, muito menos generalizar para todos os homens casados do mundo! Não! Nem todo homem trai, assim como nem toda mulher dirige mal (e nem todo homem dirige bem).

Nem toda enfermeira queria ser médica, nem todo juiz de futebol é “ladrão”, nem todo funcionário público é preguiçoso.

Nem todo político é corrupto, nem todo milionário é feliz, nem todo empresário explora os funcionários.

Nem todo mundo quer tirar vantagem dos outros, nem todo presidiário é bandido, nem todo viciado em tratamento “vai acabar voltando a se drogar”.

Nem todo adolescente é rebelde, nem todo mal humorado é por falta de sexo, nem toda mulher ficaria com um homem por dinheiro.

Nem todo padre tem mulher ou é frustrado por não ter, nem toda sogra é intrometida, nem todo mendigo pede dinheiro para comprar drogas.

Toda a generalização é equivocada e injusta!

Não rotule pessoas que tu nem conheces com uma característica que ela pode não ter.

Cada ser humano é completa e complexamente diferente do outro, esta é a graça de conhecer pessoas! 



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Sinceridade sem grosseria





Já viu uma pessoa responder a uma pergunta normal ou simples comentário com um soco na cara? Bom, na verdade eu não vi, mas é a impressão que eu tenho quando uma pessoa é extremamente agressiva com suas palavras.

O estranho é que pessoas grosseiras nunca se acham grosseiras, elas preferem se denominar sinceras, diretas e verdadeiras. O que tem a ver a sinceridade com a agressividade?

É difícil reconhecer nossas próprias dificuldades, é mais fácil achar que são os outros que nos interpretam mal. Este tipo de pessoa costuma dizer que não se importa que a julguem mal, que não se interessa pela opinião dos outros a seu respeito, que não precisam da aceitação de ninguém e que vão continuar sendo “verdadeiras”; não percebem que dá para ser verdadeiro sem atacar ninguém!

Se uma amiga te mostra um vestido que está pensando em comprar e tu achas feio, não precisa dizer que é ridículo, apenas diga que não achou bonito e acha que ela poderia ver outra cor ou modelo.
Se alguém diz que gosta de funk ou música sertaneja, tu não precisas dizer que é música de ignorante, pode apenas contar que prefere outro estilo.
Se um grupo está comentando sobre a novela ou o Big Brother Brasil tu não precisa dizer que quem gosta destes programas é alienado, diga apenas que tu não assistes ou que preferes outro tipo de programa.
Viu? Tu podes ser sincero sem ofender ninguém. Ninguém gosta de ser atacado!

Estas pessoas hostis são chamadas de mal educadas, mas eu não acho que os pais nem a escola os ensinaram que deviam ser agressivos e atacar a opinião dos outros de forma violenta; até podem ter aprendido a ser assim porque conviveram com pessoas igualmente ofensivas, mas nem sempre é assim.

Também acho que não o fazem porque odeiam todo mundo, porque elas reagem agressivamente até com as pessoas que mais gostam; são intolerantes com os pais e amigos e com certeza acabam perdendo muitos relacionamentos e oportunidades. É claro que nestes momentos, os que se dizem “verdadeiros” dizem que não se importam, mas será que não mesmo?

Eu mesma (e acho que a grande maioria das pessoas) prefiro manter distância de quem reage com rispidez e agressividade desnecessariamente (se é que em algum momento seja necessário agir assim).   

Um argumento destas pessoas é a de que o fazem para que ninguém os veja como fracos e tentem enganá-los ou modificar suas opiniões. Então agridem a todos para prevenir de algum dia, talvez, alguém o tente manipular? Não faz sentido. Se tu fores gentil e alguém tentar te enganar ou subjugar, apenas mostre que tem suas opiniões e é inteligente o suficiente para não deixar que o façam. Simples né? 

Também não confunda “ter personalidade” com ter personalidade agressiva. Personalidade todo mundo tem, apenas alguns são delicados e outros hostis.

Eu acho que o problema destas pessoas não é de educação mas de dificuldade em gerenciar suas emoções: reagem de forma desproporcional; se irritam demais com uma situação qualquer e respondem com uma força desnecessária. Acho que precisam de ajuda e isto não é fraqueza, mas a pessoa tem que ter humildade para reconhecer que tem problemas e coragem para tentar mudar. Vale a pena!
 
Ser delicado e gentil não é fraqueza, é respeito e sensibilidade.