sábado, 23 de fevereiro de 2013

Nem todo




 
É comum alguém dizer que “chega a doer no ouvido” escutar um erro gramatical. Até é desconfortável, mas sabe o que realmente me incomoda ouvir? Quando alguém generaliza! Ontem no ônibus eu escutei uma mulher dizer: “todo o ser humano é acomodado”! Como assim? Baseada em que pesquisa com todos os habitantes do mundo ela descobriu isto? Resposta: em nenhuma! Absolutamente nenhuma pesquisa até hoje abordou todos os atuais 7 bilhões de pessoas do planeta e se um dia uma pesquisa destas for feita eu duvido que em qualquer uma das perguntas a resposta seja a mesma para todos. Sabe por quê? As pessoas são diferentes; muito diferentes; tão diferentes que conseguem ser diferentes até de si mesmas em determinados momentos da sua vida.

Tem gente que conhece duas ou três pessoas de uma profissão, raça ou religião com uma característica em comum e passa a atribuir esta característica a todas as outras.
Não é porque alguém conhece 3 homens infiéis que pode sair dizendo nem ao menos que todos os homens da sua cidade traem, muito menos generalizar para todos os homens casados do mundo! Não! Nem todo homem trai, assim como nem toda mulher dirige mal (e nem todo homem dirige bem).

Nem toda enfermeira queria ser médica, nem todo juiz de futebol é “ladrão”, nem todo funcionário público é preguiçoso.

Nem todo político é corrupto, nem todo milionário é feliz, nem todo empresário explora os funcionários.

Nem todo mundo quer tirar vantagem dos outros, nem todo presidiário é bandido, nem todo viciado em tratamento “vai acabar voltando a se drogar”.

Nem todo adolescente é rebelde, nem todo mal humorado é por falta de sexo, nem toda mulher ficaria com um homem por dinheiro.

Nem todo padre tem mulher ou é frustrado por não ter, nem toda sogra é intrometida, nem todo mendigo pede dinheiro para comprar drogas.

Toda a generalização é equivocada e injusta!

Não rotule pessoas que tu nem conheces com uma característica que ela pode não ter.

Cada ser humano é completa e complexamente diferente do outro, esta é a graça de conhecer pessoas! 



terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Sinceridade sem grosseria





Já viu uma pessoa responder a uma pergunta normal ou simples comentário com um soco na cara? Bom, na verdade eu não vi, mas é a impressão que eu tenho quando uma pessoa é extremamente agressiva com suas palavras.

O estranho é que pessoas grosseiras nunca se acham grosseiras, elas preferem se denominar sinceras, diretas e verdadeiras. O que tem a ver a sinceridade com a agressividade?

É difícil reconhecer nossas próprias dificuldades, é mais fácil achar que são os outros que nos interpretam mal. Este tipo de pessoa costuma dizer que não se importa que a julguem mal, que não se interessa pela opinião dos outros a seu respeito, que não precisam da aceitação de ninguém e que vão continuar sendo “verdadeiras”; não percebem que dá para ser verdadeiro sem atacar ninguém!

Se uma amiga te mostra um vestido que está pensando em comprar e tu achas feio, não precisa dizer que é ridículo, apenas diga que não achou bonito e acha que ela poderia ver outra cor ou modelo.
Se alguém diz que gosta de funk ou música sertaneja, tu não precisas dizer que é música de ignorante, pode apenas contar que prefere outro estilo.
Se um grupo está comentando sobre a novela ou o Big Brother Brasil tu não precisa dizer que quem gosta destes programas é alienado, diga apenas que tu não assistes ou que preferes outro tipo de programa.
Viu? Tu podes ser sincero sem ofender ninguém. Ninguém gosta de ser atacado!

Estas pessoas hostis são chamadas de mal educadas, mas eu não acho que os pais nem a escola os ensinaram que deviam ser agressivos e atacar a opinião dos outros de forma violenta; até podem ter aprendido a ser assim porque conviveram com pessoas igualmente ofensivas, mas nem sempre é assim.

Também acho que não o fazem porque odeiam todo mundo, porque elas reagem agressivamente até com as pessoas que mais gostam; são intolerantes com os pais e amigos e com certeza acabam perdendo muitos relacionamentos e oportunidades. É claro que nestes momentos, os que se dizem “verdadeiros” dizem que não se importam, mas será que não mesmo?

Eu mesma (e acho que a grande maioria das pessoas) prefiro manter distância de quem reage com rispidez e agressividade desnecessariamente (se é que em algum momento seja necessário agir assim).   

Um argumento destas pessoas é a de que o fazem para que ninguém os veja como fracos e tentem enganá-los ou modificar suas opiniões. Então agridem a todos para prevenir de algum dia, talvez, alguém o tente manipular? Não faz sentido. Se tu fores gentil e alguém tentar te enganar ou subjugar, apenas mostre que tem suas opiniões e é inteligente o suficiente para não deixar que o façam. Simples né? 

Também não confunda “ter personalidade” com ter personalidade agressiva. Personalidade todo mundo tem, apenas alguns são delicados e outros hostis.

Eu acho que o problema destas pessoas não é de educação mas de dificuldade em gerenciar suas emoções: reagem de forma desproporcional; se irritam demais com uma situação qualquer e respondem com uma força desnecessária. Acho que precisam de ajuda e isto não é fraqueza, mas a pessoa tem que ter humildade para reconhecer que tem problemas e coragem para tentar mudar. Vale a pena!
 
Ser delicado e gentil não é fraqueza, é respeito e sensibilidade.